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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1223-1

1223-1

SELEÇÃO DE BACTÉRIA PRODUTORA DE BIOSSURFACTANTE

Autores:
Bianca Jesus Vicente (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Rodolfo Ricken do Nascimento (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Fabiana Guillen Moreira Gasparin (UEL - Universidade Estadual de Londrina)

Resumo:
Biossurfactantes são moléculas anfipáticas, produzidas por diversos microrganismos, em especial os gêneros Acinetobacter, Bacillus e Pseudomonas, que apresentam propriedades emulsificantes e de redução da tensão superficial, contribuindo para a mistura de fases de substâncias com polaridades distintas. Essas biomoléculas são biodegradáveis, têm baixa toxicidade e são mais estáveis quando expostas a condições extremas do que os surfactantes sintéticos, o que as tornam alternativas promissoras para a sua aplicação em diversas áreas. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi selecionar bactérias que produzem biossurfactantes, testar diferentes meios de cultivo para a produção de biossurfactante e verificar a estabilidade da emulsão, promovida pelo biossurfactante, ao longo de 60 dias em temperatura ambiente. As culturas utilizadas nesse estudo, Acinetobacter rudis, Pseudomonas putida e Bacillus cereus, foram isoladas de alho comercial e armazenadas em microtubos contendo meio Dygs e glicerol (- 20 °C). A produção do biossurfactante, foi realizada por fermentação submersa, em 25 mL de meio de cultura Dygs acrescido de 5% de inóculo, com incubação em agitador orbital a 180 rpm, 37 °C por 5 dias. Após a incubação, o cultivo foi centrifugado a 9000 rpm/ 15 min para obter o sobrenadante livre de células. Para a seleção do microrganismo produtor de biossurfactante foi realizado o teste de índice de emulsificação de 24 horas (IE24), adicionando 2 ml do sobrenadante livre de células a 2 ml de querosene em um tubo de ensaio com tampa rosqueável e homogeneizados em vórtex, na velocidade máxima, por 2 minutos. O IE24 foi obtido por meio da equação IE(%) = (CE/AT)*100, onde CE = camada de emulsão e AT = a altura total. Os ensaios foram realizados em delineamento inteiramente casualizado com três replicações (n = 3) e submetidos a análise variância (p < 0,05) e teste de Tukey. Diferentes meios de cultivo foram testados para produção de biossurfactante: meio de cultivo Dygs (A), Dygs sem glicose (B), Dygs sem glicose + 2% de resíduo de óleo de soja (C), Dygs + 1% de bagaço de malte (D) e meio Dygs sem glicose + 1% de bagaço de malte (E), seguindo os parâmetros de incubação citados anteriormente e os sobrenadantes foram testados para o IE24. A estabilidade da emulsão formada pelo biossurfactante produzida em meio contendo Dygs foi avaliada em diferentes períodos (1, 10, 20, 30, 40, 50 e 60 dias) e os resultados foram avaliados por regressão linear. A bactéria Bacillus cereus apresentou um IE24 de 58,53a ± 4,01% e a Pseudomonas putida um IE24 de 32,87b ± 5,01%, enquanto a Acinectobacter rudis não produziu emulsão, sendo a B. cereus escolhida como melhor produtora. Quando a bactéria selecionada foi cultivada nos diferentes meios testados, foram encontrados os seguintes resultados de IE24: meio A - 63,90a ± 3,76%, B – 60,80a ± 1,57%, C – 62,07a ± 0,65% e os meios Db e Eb não formaram emulsão. O meio contendo bagaço de malte dificultou o estudo para avaliar a produção microbiana devido a presença de biossurfactantes naturais no resíduo. Quanto ao estudo da estabilidade, a emulsão formada pelo biossurfactante manteve-se estável por 60 dias. Em suma, B. cereus mostrou ser capaz de produzir biossurfactantes em diferentes meios, formando emulsão estável quando produzidos em meio com Dygs. Os resultados apresentados são dados preliminares para um estudo da produção de moléculas tensoativas por bactérias.

Palavras-chave:
 Bacillus cereus, Bioemulsificante, Emulsão


Agência de fomento:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior